quarta-feira, 6 de abril de 2011

Jornada Dupla

Vida de mulher casada é bem complicada!
Contas pra pagar, roupas pra lavar, casa, comida, marido pra cuidar... Pensando em tudo isso, resolvi aproveitar melhor o meu tempo livre e comecei em um novo emprego.
Mais um cartão ponto, mais uma conta salário, mais um chefe, mais um telefone tocando e um público bem diferente para atender.
Das 7h às 17h minha correria é dentro de um hospital, mais precisamente no bloco cirúrgico. Pessoas sentindo dor, aflitas esperando notícias, choro, sorriso, dor... Pessoas com carência de conversar, sugando qualquer olhada que a gente dá em direção a elas, pessoas que não têm ninguém por elas, que não recebem visitas... Outras com muitas visitas. Gente que vem de longe pra visitar, mas não pode entrar... Pessoas desenganadas, esperando a sua hora... Familiares se preparando para o fim, médicos dedicados, outros nem tanto... Pessoas preocupadas em quanto vai render aquele paciente terminal, pelo menos uma noite na UTI, pessoas preocupadas em deixar o leito na UTI vago para uma emergência, e o "terminal"??? Manda pro quarto, assim a família se despede.
Enfermeira com cara de rabugenta... outra com carinha de menininha... Pessoas frias, sem sentimento algum pelo próximo... outras com coração doce, e cheias de vontade de ajudar.
Eu gosto de trabalhar em um hospital... gosto da correria, gosto do cheiro de limpeza que tem lá.
Mas principalmente, gosto de ajudar as pessoas!
Me sinto explodindo por dentro, sempre que volto da sala de recuperação com uma notícia que deixa o familiar feliz.
A recompensa??
O sorriso aliviado, por saber que seu ente querido está bem.
Essa jornada, de certa forma cansativa mas também muito prazerosa, termina, e então começa a segunda etapa do dia... o agradecimento.
Das 18h às 22h, minha atividade é de recepcionista, dentro de uma capela universitária.
De início, imaginei que seria um trabalho como outro qualquer, mas... Percebi que este, é o meu momento de agradecer à Deus, pelo dia, pela vida.
É uma atividade extremamente tranquila, atender o telefone, acender as luzes, colocar um som ambiente que tranquilize os que procurarem por um lugar para oração, auxiliar o Pastor nas devoções antes das aulas, arquivar, arrumar... Mas pra mim, tudo isso se resume em uma unica palavra: Orar!
Desde o minuto que entro, até o instante em que saio, meu coração se transforma, e entra em estado pleno de oração.
Embora sejam horas a mais longe da família, me sinto totalmente em família... acolhida, compreendida... estar assim tão perto de Deus, me faz respirar Deus, me faz transpirar Deus... me faz ouvir a voz de Deus, e Ele, Hã! Ele ouve a minha também!
Às 22h chega mais rápido do que no fundo eu gostaria, e a volta pra casa é como uma introdução, para voltar à vida real.
Alguns podem achar que tudo isso é bobagem, que não importa...
Tudo isso é cotidiano...
E nada como um bom Tanat pra finalizar.

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