terça-feira, 5 de julho de 2011

Quer aprender a apreciar um bom vinho?

"Jamais peça dica de vinho, porque cada um tem um paladar diferenciado, e o que é bom pra mim pode ser ruim pra ti". Mesmo quem não entende nada sobre o assunto, deve fazer a escolha por si. "Se gostar ou se não gostar do sabor, a pessoa com certeza vai lembrar, porque foi ela quem escolheu".
Mas, para ajudar na escolha, aqui vão algumas dicas para quem quer começar a apreciar vinhos. 
O primeiro passo, é começar a estudar e conhecer os diferentes tipos de vinho.
A sugestão é começar com bebidas de pouca estrutura, suaves e leves.
Dicas para começar a apreciar vinhosOs vinhos brancos costumam agradar com mais facilidade, porque dependendo do tipo se assemelham a sabores como de alguns sucos. Uma sugestão são os malvasia de cândia e os sauvignon blanc, leves e propícios a quem está começando. Um pouco mais encorpado, embora ainda macio o bastante para paladares mais virgens, há também o riesling itálico.

Dentre os tintos, os feitos de uva merlot também servem aos iniciantes, por serem sutis e não agredirem o paladar. Os cabernet franc também são uma opção, mas é preciso estar atento ao ano de produção e ao tempo que a bebida ficou em barricas de carvalho. Vinhos mais novos e com três a cinco meses passados em carvalho são os ideais para quem está começando.
"Essas informações podem ser encontradas no contrarrótulo, junto com a descrição sensorial, e é muito importante lê-las para aprender sobre os vinhos". 
Treinando os sentidos Além de estudar as características das uvas e sempre ler os rótulos das garrafas, quem está começando na arte de degustar vinhos deve treinar o olfato e o paladar. Antes disso, porém, é preciso treinar a memória. O enófilo - pessoa que gosta de vinho mas não é um especialista profissional - deve gravar a cor, o cheiro e o sabor das bebidas que prova.
Dicas para começar a apreciar vinhosA coloração é um dos aspectos básicos a se observar. Balançar a taça suavemente de forma circular é uma forma de perceber o tom mais facilmente. O aroma do vinho também é importante.
"O que este cheiro me lembra? Que perfumes consigo perceber?".
A terceira característica elementar é o tato, definido como o conjunto das sensações percebidas pelo paladar. Os sabores são sentidos quase como um processo: como o vinho foi sentido assim que chegou às papilas gustativas? Foi agressivo? E depois de engolir, o gosto ficou? Enquanto passava pela garganta, foi adstringente? Suave?
Taças e acessórios A experiência da degustação do vinho também é influenciada pela taça usada. O cálice deve ter bojo amplo na parte de baixo, para permitir observar a coloração da bebida. Já a boca da taça, ao contrário, deve ser um pouco mais fechada, facilitando a percepção do aroma. A haste, parte entre o bojo e a base, deve ser de tamanho mediano.
Dicas para começar a apreciar vinhos - Vinhos tintos combinam com carnes vermelhas
Para quem está dando os primeiros passos como enófilo, é indicado as chamadas taças para degustação. O bojo é mais comprido, o que ajuda a fazer a análise sensorial, e também é arredondado no fundo, facilitando a observação da cor. Além disso, o modelo tem a haste mais curta, com cerca de cinco centímetros de altura, e são de fácil manipulação.
Além das taças, outros acessórios essenciais aos apreciadores, são: o abridor de garrafas (saca-rolha) e o decanter - peça que deixa a garrafa inclinada, fazendo com que a borra se deposite no fundo do frasco e não seja servida junto com o vinho.
Escolhendo os vinhos Os vinhos merlotcabernet francmalvasia de cândia e sauvignon blanc podem ser comprados de marcas brasileiras. Isso porque o terroir - conjunto de características de solo, clima e topografia de uma região - de Vale do São Francisco, Campanha e Serra Gaúcha, entre outros, são propícios ao cultivo das uvas usadas na fabricação das bebidas.
Dicas para começar a apreciar vinhos - Malbec é uma das especialidades argentinasConsiderando outros terroirs do mundo, sugere-se alguns tipos de vinho internacionais. Dos vizinhos latino-americanos, a indicação é o carménère do Uruguai ou do Chile, e o malbec da Argentina.

Quem optar por rótulos europeus pode escolher um tempranillo espanhol ou, da França, um chateau ou umgrand cru - este último tipo pode ter preços de até R$ 5 mil por garrafa. Pode-se optar também, pelos chamados "vinhos verdes" portugueses.
Falando em Portugal, o famoso vinho do Porto não costuma ser consumido durante as refeições, por causa do sabor forte que tem, sendo servido em geral com as entradas ou sobremesas.
Combinando vinhos e alimentos O vinho tomado nas refeições deve "limpar o paladar", realçando o sabor do prato. Isso significa que a bebida precisa ter gosto o bastante para ser sentida, mas esse gosto não pode permanecer na boca com muita intensidade ou por tempo demais a ponto de interferir no gosto da iguaria seguinte.
Esse conceito, um tanto abstrato para quem está começando, é o que se chama de harmonização.
Dicas para começar a apreciar vinhos - Vinhos tintos combinam com carnes vermelhasHoje em dia, as harmonizações clássicas não são as únicas que existem. Ainda assim, elas podem ser um bom guia para quem ainda não tem conhecimento suficiente para criar suas próprias combinações. Tradicionalmente, vinhos tintos combinam com carnes vermelhas e pratos sofisticados, enquanto os brancos são servidos com aves e frutos do mar. Com saladas, cremes, sopas e sobremesas, os espumantes caem bem.
E pode misturar?

Sim. Mas deve-se começar com uma bebida de pouca estrutura e então seguir para uma de sabor mais forte. Do contrário, o primeiro vinho afeta a degustação do segundo. Para distinguir entre os dois, vale ler o contrarrótulo e se lembrar de experiências anteriores.
Eu prefiro o Tanat!!